Juntas,
elas abrem
caminhos.

Juntas, elas conquistam respeito.

A luta contra o racismo, dentro e fora dos campos, exige compromisso contínuo e atuação coletiva. Afinal, para combater desigualdades históricas e promover iniciativas para que atletas* de todos os perfis tenham a oportunidade de vencer, é necessário jogar como um time.

Neste contexto, a parceria entre Nike e CIEE, impulsionada pelo Corinthians no ano de 2024 a partir do apoio ao programa de bolsas de estudo, caminha nesta direção ao integrar o poder do esporte e da educação em prol da igualdade racial.

A campanha "Nossa história é uma página em preto" que conectou, em um primeiro momento, o lançamento das camisas do Corinthians em 2024 ao anúncio de ações antirracistas, apresenta seu novo capítulo. Dando continuidade à jornada, o terceiro uniforme é inspirado nas mulheres negras do clube e será estreado pelo time feminino. Mais do que nunca, agora “É uma pela outra”.

Essa camisa é uma representação da nossa luta, da nossa força e da nossa união em busca de igualdade. É um lembrete constante de que somos todos responsáveis por um futuro mais inclusivo e justo, tanto dentro quanto fora de campo. - Grazi Pinheiro, que foi capitã do time e atualmente é executiva de futebol do Corinthians.

Se o futebol feminino vem ganhando cada vez mais espaço nas telas e no coração dos brasileiros, a presença de mulheres - e principalmente mulheres negras - fora das quatro linhas está longe do ideal. Materializando a importância do olhar sobre elas no futebol e na sociedade, celebra-se o fato de que, dos 20 jovens aprovados no edital de bolsas de estudo universitárias para o curso de Administração da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), 14 são mulheres.

Assim como no primeiro edital, lançado em 2022, além do custeio integral das bolsas, os jovens receberão auxílio financeiro e apoio psicossocial durante os quatro anos de graduação. Para a nova turma, que iniciou os estudos em agosto, o Corinthians se comprometeu a priorizar esses estudantes em futuros processos seletivos do clube.

  • A importância desse projeto é imensa. A ponte entre os estudantes pretos e a faculdade é algo que vai ajudar muita gente. O futuro é nosso
    Jasmim Danielly Souza Lima 22 anos
  • O conhecimento ninguém tira da gente. Poder ser exemplo para os outros é mais do que um prazer, me sinto completamente realizada
    Evelyn Gomes Clemente 23 anos
  • As mulheres pretas sofrem muito, então quero poder fazer parte da sociedade sem ser julgada pela cor da minha pele ou pelo lugar de onde eu vim
    Vitória Cristina Silva de Oliveira 18 anos

Parte dos jovens selecionados vieram de projetos sociais que têm o apoio da Nike. A Jasmim Danielly Souza Lima, tem 22 anos e mora na Vila Buarque, em Guarulhos. Ela foi aluna e hoje é voluntária do Instituto JB12 , que utiliza o esporte como ferramenta para a formação humana de crianças e adolescentes. Foi ali que ela se desenvolveu e teve certeza de qual caminho queria seguir.

Entrei no Instituto pelo esporte e depois me tornei voluntária também na parte administrativa. Esporte e administração são as minhas duas paixões e quero me profissionalizar na área de gestão esportiva

Quando a Jasmim ingressou no Instituto JB12 ela era minoria. Hoje, mais de 60% das crianças e adolescentes atendidas pelo projeto são meninas. Se elas já são maioria na sociedade brasileira, o esporte pode e deve refletir essa realidade.

A Evelyn Gomes Clemente é a primeira pessoa da família a ingressar na faculdade. Aos 23 anos, a jovem do Jardim Marília, na Zona Leste de São Paulo, sabe que o curso de Administração é só o início de uma trajetória que pode colocar mulheres negras em espaços que foram negados às gerações anteriores da sua e de outras famílias.

O futuro perfeito para mim é ver as mulheres pretas sendo tão importantes como qualquer outra pessoa. Para nós, o ápice seria fazer parte de qualquer espaço, pois eles também são nossos

A ocupação de espaços amplia as oportunidades não só dessas jovens, mas de toda uma nova geração, para que possam desenvolver seu máximo potencial. A Vitória Cristina Silva de Oliveira tem 18 anos é do Jardim Amália, no Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo. Para ela, cursar uma faculdade é poder vislumbrar um futuro para ela e sua família.

Já somos diminuídas desde criança, se a gente não tiver estudo fica ainda mais fácil de deixarem a gente de lado. Então essa oportunidade com certeza vai mudar totalmente a vida de todas nós.

A Jasmim, a Evelyn e a Vitória são mulheres negras, corintianas e, agora, estudantes universitárias. A iniciativa das bolsas de estudo permeia a inclusão e ascensão profissional e pessoal delas. Mas é, também, por meio da integração do esporte com a educação, que elas, juntas, vão poder construir uma realidade com mais respeito e abrir caminhos para que vem depois.

A MEDALHA É O DIPLOMA

A necessidade de aumentar a representatividade negra em posições de liderança na sociedade e na gestão do esporte foi um dos diversos assuntos abordados durante o evento de boas vindas a nova turma de universitários. A ex-jogadora de vôlei, multicampeã e apoiadora do projeto desde o início, Fernanda Garay esteve presente no evento e pode compartilhar suas percepções com os jovens e seus familiares. As vitoriosas experiências dentro das quadras serviram de inspiração, mas foram as vivências fora dela que a conectou à realidade dos bolsistas.

Nossa cor de pele traz desafios que só a gente sabe. A trajetória deles até aqui já é uma grande vitória, mas eles seguem escolhendo travar novas batalhas todo dia. Hoje eu que torço por eles porque o reflexo das vitórias vai muito além da própria comunidade - Fernanda Garay

Ganhar é sempre bom, mas nenhuma vitória é individual. E mesmo não podendo romantizar, é necessário celebrar cada uma delas: as vitórias e as mulheres. A cada semente que brota, um futuro mais inclusivo deixa de ser apenas ilusão.

Nos campos, nas salas de aula e em qualquer espaço que elas quiserem, estar juntas é muito mais do que uma regra. Juntas, elas abrem caminhos e conquistam respeito. Juntas, elas lutam contra o racismo. E nessa história, escrita em páginas pretas, é uma pela outra.

Até o fim.

TUDO SOBRE O TIMÃO

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