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Transformação pela corrida: como o esporte muda a vida de Neide Santos

Conheça a história da líder comunitária que ajuda a melhorar a vida de mulheres e crianças no bairro Capão Redondo.

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Equipe Nike Brasil

Publicado em: 24/06/2024

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O esporte é capaz de transformar vidas, não apenas por melhorar a saúde, mas também por trazer novas perspectivas. As mulheres são exemplos de público que reiterou a presença nos mais diversos espaços por meio da corrida, sentindo-se fortes e prontas para mudar os entornos, assim como Neide Santos faz. 

“O esporte no Capão Redondo não transforma a vida, ele salva a vida. [...] Se eu estou aqui, contando essa história, é porque eu tinha o esporte na minha vida”, conta a maratonista que, com 63 anos, já dedicou grande parte dos dias a um projeto que introduz não só a corrida, mas a cultura do esporte na vida de crianças e mulheres na Zona Sul de São Paulo. Conheça o projeto a seguir!

Quem é Neide Santos?

Nascida em Porto Seguro, na Bahia, Neide Santos identificou-se com o esporte desde cedo, mas não foi o atletismo que a conquistou primeiro. Ela jogava handebol na escola até um professor perceber que ela tinha tudo para começar a correr e se dar bem nessa modalidade.

“Todas as vezes que íamos jogar, tinha o aquecimento, e eu era sempre a que puxava o aquecimento. Aí, [ele] sempre me perguntava por que eu não corria, e eu falei assim ‘porque eu gosto de jogos coletivos. Eu não gosto de ficar sozinha e eu já vivi tantos anos da minha vida sozinha porque eu vivi minha infância em uma oficina de costura”, compartilha Neide. 

Durante um campeonato esportivo realizado no Clube Municipal Joerg Bruder, uma das participantes do revezamento não compareceu, e Neide foi para a pista pela primeira vez. "O professor me tirou do meu handebol e falou assim: “ó, você vai correr o mais rápido possível da sua vida".

Essa participação aconteceu em 1974. Desde então, a corrida tornou-se uma paixão, e ela não parou mais de correr. Para relembrar, ela ganhou uma pequena medalha, mostrada para as pessoas da rua onde morava e guardada até enferrujar com o tempo. 

“Eu nunca tinha conquistado nada. Nunca tinha ganhado absolutamente nada. Até então, tudo que eu usava e tinha era doado de alguém. [...] Mas naquele dia, eu ganhei uma medalha de honra ao mérito”, conta Neide Santos.

Responsabilidades da infância

Na mesma época, Neide já estava preparada para prosseguir na corrida, mas teve que assumir a responsabilidade de cuidar dos irmãos, saindo da escola e não tendo a possibilidade de competir nos campeonatos. 

Ainda assim, ela não desistiu e se inspirou numa corrida internacional de rua de 1975, a primeira edição feminina a que ela assistiu admirada. Pensando que não poderia ser atleta profissional, ela encontrou uma alternativa que cabia na realidade: “Eu comecei a correr pelas ruas de São Paulo. Depois, no interior de São Paulo e pelo Brasil".

Quadra do projeto Vida Corrida.

Como o projeto Vida Corrida surgiu?

A história de Neide Santos começa a mudar com uma grande corrida em São Paulo no ano de 1996, na qual ela foi entrevistada assim que cruzou a linha de chegada. Nesse momento, ela foi reconhecida como a primeira mulher do Capão Redondo a realizar a prova. Essa presença despertou a curiosidade das pessoas.

Nessa época, ela já treinava de madrugada com Maria Gonçalves, uma vizinha de 60 anos. Juntas, elas serviram de inspiração para o público feminino que buscava superar desafios. Isso ia à contramão do que ela escutou em alguns momentos da vida: "Algumas mulheres falavam: 'você vai pilotar tanque, vai pilotar fogão". 

Notando o interesse das pessoas e quebrando paradigmas, Neide Santos fundou o projeto Vida Corrida em 1999. Incialmente com um grupo de mulheres, mas hoje a iniciativa também possibilita o acesso de crianças, principalmente meninas, ao esporte. Mais que isso, elas podem participar de outras atividades educativas, socioculturais e de lazer.

A ideia de incluir os pequenos foi do filho mais velho, Mark. “Ele falava assim: ‘por que você não treina crianças da comunidade, em vez de só treinar mulheres?’. Eu expliquei para ele que tinha eu tinha que trabalhar para sustentar ele e os irmãos, e não havia tempo disponível”, lembra a maratonista.

Ao contar essa história para as mulheres que corriam com ela, ela teve o apoio necessário para treinar as crianças do Capão Redondo. Durante a semana, elas orientavam os pequenos corredores. Aos sábados, eles brincavam onde Neide morava, na famosa “rua da morte” (nome dado pelo cenário violento). “Eu transformei a rua da morte na rua de brincar”, diz Neide.

Para além das crianças, as mulheres seguem participando do projeto, que as ajuda a ter uma vida cada vez mais ativa e se superarem no esporte. Ao todo, somando o público feminino, as crianças e os adolescentes, o Vida Corrida alcança mais de 700 pessoas. 

Neide Santos correndo com outras mulheres e crianças.

Como a corrida transforma espaços e vidas?

“Eu não vou mudar o mundo, mas eu vou mudar a realidade do meu entorno e eu tenho consciência disso”: a trajetória de Neide é uma das histórias inspiradoras que levam outras pessoas a terem esperança em sonhos no esporte e não desistir do caminho no atletismo. 

Com iniciativas como o Vida Corrida, crianças e jovens são apresentados a diferentes caminhos e oportunidades, encontrando, assim, novos propósitos. Eles estudam, brincam e se movem em direção ao futuro na busca por conquistar vitórias dentro e fora das quadras, campos e pistas. 

Também é uma maneira de ampliar a acessibilidade às modalidades esportivas para quem não possui condições financeiras favoráveis. O treinamento é feito em ambientes públicos, sem custo, com o suporte de pessoas especializadas.

Para as mulheres, a corrida não é apenas uma forma de fugir dos padrões impostos pela sociedade, mas também de ampliar a presença feminina nos espaços. Atualmente, isso já pode ser visto em eventos profissionais: a edição mais recente da maior competição mundial alcançou o marco de 50% de participantes mulheres.

Além disso, projetos sociais como este mudam a qualidade de vida dos moradores das comunidades, que passam a se exercitar, fortalecer a saúde e ter orgulho de onde moram. A noção do coletivo faz com que as pessoas também se ajudem e apoiem umas às outras, não apenas no esporte, mas no âmbito pessoal. 

Conheça mais histórias inspiradoras com a Nike

Neide Santos é uma das atletas que contribuem para o futuro do esporte diariamente e transformam o mundo da corrida. No Nike Journal, você encontra mais histórias inspiradoras como essa para sentir a motivação necessária e não desistir do seu caminho esportivo. 

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